A pior estirpe a seguir aos betos.

Pior que betinhos, temo em dizer, são os coimbrinhas.

Essa elite de berloque, que infelizmente habita demasiado perto da minha terra natal, é das coisas que mais nervos me causa.

A parte boa é que são facilmente identificáveis e dá para manter uma distância de segurança:

Andam em grupo. Um coimbrinha é um animal que anda em vara, que não gosta de se passear sozinho, até porque nunca sabe quando é que uma pessoa normal se passa e lhe dá na cara só porque é parvo.

Andam de BMW ou Mercedes. Muitas vezes ainda não tiraram a carta e já estão a mandar muros abaixo com o carro dos pais (que serão sempre médicos, advogados, arquitectos ou, os mais reles, engenheiros). A partir dos 18, recebem um popó dos papás, possivelmente um mini cooper, consonante com o seu órgão reprodutor.

Não possuem verdadeira tolerância alcóolica. E é por este factor que não se dão lá muito bem no aspecto social da faculdade. Já pensaram de onde nos chega a tradição de incendiar o carro de medicina na Queima das Fitas? Pejado de coimbrinhas, parecem chouricinhas em álcool. Sempre fui contra esta forma de actuar, mas, começo a ver um padrão.

Guardam na gaveta aquela camisa ridícula de 1998 da Sacoor com um rato atrás. Possivelmente a pior peça de vestuário em que consigo pensar. Mostra também que o coimbrinha, na sua essência, é burro, porque identificado de costas facilmente, está a pedir para levar.

Falam pelo nariz. Dá vontade de corrê-los a todos a Rinomer. A Pêpa é uma menina, por comparação.

Têm um cabelo indescritível de mau. Pelo que não vos consigo ajudar a visualizar. Só quem já teve o desprazer de ver a amálgama de ninho de ratos sobre as sobrancelhas, é que poderá entender do que falo.

Ostentam ter dinheiro a dar com pau. Os únicos amigos verdadeiros dos coimbrinhas não são, ao contrário do que possam pensar, os outros coimbrinhas. Não, até os coimbrinhas detestam os outros coimbrinhas. São os arrumadores de carro, que fazem o dia à conta destes tipos. Claro que a maioria não tem verdadeiramente uma piscina de notas, acabando por dizer que ama o Algarve e é por isso que só vai para lá de férias e não para outros destinos exóticos. Allgarve.

Têm aparelho. É uma carga genética lixada, mas parece que todos têm problemas de alinhamento dentário. A minha teoria é que se criou um vazio cerebral demasiado grande e o ar está interiormente a fazer pressão nos maxilares, desalinhando aquilo tudo.

A banda preferida é sempre má. Um misto de Alice Deejay com Scooter, algo pastilhada. No limite, André Sardet, mas só porque é um deles.

Têm uma relação especial com selos. Resta dizer, que são dos de LSD. Nunca acharam estranho andarem sempre com uma garrafa de água do Luso? Pois.

Bem, certamente há mais sinais que identificam esta espécie, mas depois do que escrevi, já estou necessitada de um Rennie, não me levem a mal ficar por aqui.


[Vou explicar devagarinho que Coimbrinhas são os betos de Coimbra. Não são as pessoas que vivem lá, sim? E betos irritantes há em todo o lado, até, pasmem-se, em Coimbra. Não invalidando que seja uma das cidades mais bonitas do nosso país e, certamente, das mais especiais]